terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Aprendendo a ser sozinha - Embarcada


 

Se você busca autoconhecimento aqui vai uma dica: trabalhe embarcado!
Trabalhar a bordo de uma ilha de ferro, flutuando em algum ponto do oceano convivendo com pessoas de diversos lugares e culturas que são totalmente desconhecidas, mas que fazem parte do seu dia-a-dia por 2 semanas e acabam se tornando os únicos seres humanos que você vê em meio a tantas máquinas e parafusos e, é claro, água.
Existe uma beleza profunda entre estar cercado de pessoas e estar sozinho. Por mais que você conviva diariamente com 150 pessoas, na maior parte do tempo você está extremamente só. E é no momento em que você percebe isso que você olha pra dentro de si e busca o ponto de equilíbrio que te impede de surtar e ir lá fora dar um “mergulho”.
Por que você está ali? Quem te espera quando você descer? E se você precisar ficar mais do que os pré-estabelecidos 14 dias? Por quanto tempo você vai viver essa vida dividida em duas metades? Qual é o seu objetivo? Você tem duas vidas? Um comportamento diferente em cada lugar? Mas, acima de tudo: Quem é você?
Quando chegamos de volta ao aeroporto cada um segue para um lado diferente buscando o caminho de casa, e assim aquelas pessoas tão presentes, as únicas presentes na sua vida nos últimos 14 dias morrem, e só voltam à vida no mesmo aeroporto 14 dias mais tarde. Não é o confinamento que perturba a mente, é o ligar e desligar das relações. E quando você desliga o relacionamento com essas pessoas você percebe que só resta você, e ninguém mais. Porque até você religar o relacionamento com a sua família e amigos leva um tempinho – às vezes só o caminho até em casa, mas leva!; e nessa jornada é só você e seus pensamentos.
Agora, falo por mim: foi nesse momento que eu aprendi a ser sozinha. A ter a companhia dos meus pensamentos – e, quer saber? Não é ruim! Aprendi que o mundo não para porque eu estou cansada ou com saudades de casa. Todo mundo está, por que ele pararia só por minha causa? Descobrir que você é só mais um ser humano em meio a tantos e, isso não é tão assustador quanto parece;  isso leva você a descobrir e externar o seu diferencial. Sou igual a todo mundo, mas tem algo que me faz única, o que é?

Bem, isso já é enredo para um próximo post. Fico por aqui, a bordo, lidando com meus pensamentos e tentando não surtar.

domingo, 11 de agosto de 2013

Eu sou feliz, dá licença?

   Ai que coisa mais chata! Quando eu encontro um conhecido na rua e digo que me separei a pessoa diz logo: ah, coitadinha! Não! Coitadinha eu seria se eu tivesse continuado o casamento, se eu me separei é porque eu quis, ele quis, porque é melhor assim. Tô cansada de ouvir as pessoas dizerem que estão tristes por mim. Não fiquem tristes, porque eu não estou triste, eu tô bem, tô ótima, muito obrigada! Parece que as pessoas querem me ver triste, acabada, arrasada querendo me jogar da ponte. Ah, tenha Santa Paciência, né?
   Esse sentimento de piedade se deve ao fato de que as pessoas se colocam no meu lugar e ai eu descubro algo incrível: são todos covardes! Sim, porque essas pessoas só se separariam quando o sangue já estivesse espirrando, quando o amor já tivesse acabado e o ódio fosse o dono da situação. Só que eu não sou assim, eu não odeio ninguém (muito menos quem foi e sempre será importante na minha vida), e nem quero, por isso continuo tendo um relacionamento ótimo com o meu ex-marido, somos amigos e nos queremos muito bem, mas não como marido e mulher. Dá pra entender isso? Se não der pra entender, tudo bem. Eu não vou ficar me explicando, entenda quem quiser entender, só me façam um favor: Não façam cara de piedade pra mim! A vida é minha e se eu digo que estou bem é porque eu estou bem! E ponto!
   Não me meçam pela régua de vocês, cada um é cada um e eu estou muito bem, ele também, a decisão é nossa e ela está tomada. Eu não brinquei de me casar, da mesma forma que não estou brincando de me separar, acabou e ponto final.
   Não é porque vocês não me viram sofrer que eu não sofri, eu sofri sim - e muito, mas longe, bem longe dos olhos de vocês, por isso quando eu cheguei “em casa” eu fiquei bem e sou feliz, e pretendo ser cada vez mais, como eu quiser, e QUANDO eu quiser. Não existe um prazo mínimo para superar uma separação, respeitem o meu tempo, o quanto ele durou é “problema” meu.
   Espero que ninguém se sinta ofendido por essas palavras, mas saibam que já me ofenderam bastante quando ficaram com pena de mim ou disseram palavras de “força”.
Cada macaco no seu galho, cada um seguindo a sua vida e fazendo como melhor lhe convier. Ok? =)

sábado, 8 de junho de 2013

Separação

Estava criando coragem e tomando fôlego para escrever: 
Sim, eu me separei.
Separei-me do casamento. Da instituição. Da formalidade. Da obrigação. Mas jamais me separarei do sentimento que um dia me uniu a ele.
Nos separamos porque já não dava mais. Eu não podia mais. Ele não podia mais.
A vida é um ciclo que vai girando e mudando e acaba nos atropelando se não tomarmos cuidado. A vida nos atropelou. Os desejos, as perspectivas, a nossa essência.
Sim, a minha essência falou mais alto: eu já não podia mais suportar não ser quem eu sempre fui, não fazer o que eu sempre fiz. Não viver onde eu sempre vivi. Me dei conta de que eu não sorria como antes, não brincava como antes, já não era mais feliz; e em não sendo feliz, eu não podia fazê-lo feliz.
É preciso muita coragem para dizer: “- Eu te amo, e justamente por isso não posso admitir que você esteja ao meu lado sem se sentir completa, sem estar feliz”.
Como eu te admiro! Como eu te amo!
Obrigada, muito obrigada por todos os momentos maravilhosos que vivi com você, por todo o amadurecimento e aprendizagem, obrigada por ter sido meu esteio e ter me dado a mão para que eu pudesse ir adiante.
Talvez as pessoas não entendam que não é preciso esperar o fim do respeito, da admiração, do carinho, do amor para optar pela separação. É possível separar-se e ainda gostar muito, respeitar e amar o outro. Nenhuma história de amor deve acabar de forma feia e não digna. Se a história foi linda - e foi! – ela merece um fim honrado e bonito.
O sentimento de bem querer, de admiração, de respeito e orgulho viverão para sempre e nada apagará isso.

Desejo a ele todo o bem que quero para mim mesma, talvez até mais, porque ele é um ser incrível e merece o que existe muito além da felicidade. Mais uma vez digo: obrigada, obrigada, obrigada meu ex-marido, meu amigo, meu amor.